3º Conselho Directivo tomou posse

Discurso da Tomada de Posse do 3º Conselho Directivo da ESAE

Exmo. Senhor Presidente do Instituto Politécnico de Portalegre, Exma. Senhora presidente da Associação de Representantes da ESAE, Exmos. Senhores Presidentes dos Municípios de Elvas, Portalegre e Fronteira, Exmo. Senhor Governador Civil, Exmo. Senhor Director Regional de Agricultura do Alentejo, Exmo. Senhor Director da Estação Nacional de Melhoramento de Plantas, Exmos. Senhores representantes das instituições militares e civis da região, Exmos. Senhores empresários, caríssimos colegas, funcionários e alunos, Exmos. Senhores representantes da comunicação social, minhas senhoras e meus senhores:

As minhas primeiras palavras são de agradecimento a toda a comunidade escolar, pelo incentivo e confiança demonstrados a esta nova equipa, na passada reunião da Assembleia de Representantes de Novembro, bem como a todos os que tiveram a amabilidade de aceder ao nosso convite para estarem presentes nesta cerimónia.

Confesso-vos que o motivo da minha candidatura e o da nossa equipa foi, por um lado, fruto de muitos apoios individuais e institucionais e por outro, a expressão de um interesse sincero em servir a instituição para a qual trabalhamos desde a sua origem.
Hoje, ao tomarmos posse, a Escola Superior Agrária de Elvas entra no seu 3º mandato de CD, dando continuidade aos seus 10 anos de existência e a tudo o que isso representa.

De facto, ao longo deste tempo, já muito foi construído e muitas dificuldades ultrapassadas, pelo que a herança deixada pelos colegas anteriores é, no mínimo, de responsabilidade. Convém sublinhar que a Escola, enquanto instituição pública da cidade de Elvas, se tem pautado por um crescimento constante - talvez a Escola Agrária a nível nacional com maior crescimento. Recorde-se a recente taxa de colocação, de 100%, nos cursos de 1º ciclo actualmente ministrados.
Maior responsabilidade ainda, quando vivemos, no momento actual, uma conjuntura nacional de tempos difíceis, para não lembrar o já sobejamente falado défice do orçamento de estado, que diariamente se reflecte no funcionamento das instituições e desta forma, também na nossa. Citem-se alguns exemplos:
- Orçamento de Estado insuficiente para a remuneração do corpo docente (já no ano de 2006 com um défice da ordem dos 40.000 €;
- Inexistência de quadro do pessoal docente;
- Congelamento das carreiras do pessoal não docente, o qual já se encontra reduzido ao mínimo indispensável para o funcionamento dos serviços;
- Despesas de investigação e experimentação com elevado atraso no reembolso, por parte das instituições co-financiadoras.

Mas, pensamos, que a virtude da resolução destes e outros problemas, está na forma de os encararmos e no nosso caso, estamos certos que o lema terá que ser “olhar o futuro, que o futuro olhará para nós”! tendo a certeza que, enquanto instituição do ensino superior, a nossa preocupação será sempre a melhoria da qualidade dos serviços prestados aos nossos alunos, o que passa, necessariamente, pela qualidade do nosso corpo docente e não docente, do nosso pessoal técnico e das nossas instalações.

O ensino superior é, sem dúvida uma forma de diferenciação das sociedades modernas. Por isso, só assim, poderemos, enquanto unidade orgânica do Instituto Politécnico de Portalegre, continuar a contribuir para a formação e fixação de técnicos na região, permitindo o desenvolvimento tecnológico da mesma, tão imprescindível ao incremento da economia local e tão determinante, que impeça a desertificação do interior do país.

Olhar o futuro, no caso da ESAE, significa, acima de tudo, um esforço na captação de novos alunos (pois são eles, a razão de existência desta Escola), através de um conjunto de medidas directas e indirectas que o fomentem.
Refira-se:

 Bolonha - a ESAE tem neste momento todos os seus cursos adaptados ao modelo de Bolonha, facultando assim aos alunos maiores competências no saber fazer, conferindo-lhes uma maior aproximação ao sector do emprego nacional e comunitário. Bolonha é igualmente um passo determinante para a internacionalização dos nossos estudantes, desde logo através do programa Erasmus. Refira-se a proximidade geográfica à Universidade da Extremadura. Torna-se por isso imprescindível continuar o esforço de desenvolvimento deste processo através do acompanhamento da implementação dos novos currículos leccionados e da inserção dos alunos na vida activa. Além do 1º ciclo de estudos é intenção do C. Directivo promover o que estiver ao seu alcance para ver aprovado um 2º ciclo, conferente do grau de mestrado, entretanto proposto;

 Maiores de 23 anos - tendo sido um projecto de ensino igualmente iniciado este ano lectivo e considerando a importante aposta na qualificação e até num modelo de formação ao longo da vida que o mesmo representa, torna-se simultaneamente determinante a sua divulgação junto de novos candidatos, bem como o acompanhamento pedagógico dos alunos já inscritos, por via a garantir o seu estímulo e sucesso de aprendizagem;

 Inter-relacionamento com as restantes unidades orgânicas do IPP - aprofundar as relações institucionais entre a Escola e as restantes unidades orgânicas do IPP, que conduzam a novas ofertas formativas, quer ao nível da criação de cursos de especialização tecnológica (garantindo assim a oferta de formação pós secundária de nível IV na cidade de Elvas), quer ao nível da criação de novos cursos de 1º ciclo, quer ao nível da criação de cursos de pós-graduação;

 Investigação e experimentação - pela sua vocação, enquanto instituição do ensino superior Politécnico, é nosso propósito, igualmente, continuar a promover trabalhos de experimentação aplicada em cooperação com instituições afins e já nossas parceiras, nomeadamente a ENMP e a DRA Alentejo bem como com as Associações representantes do sector agrícola e empresarial da região.

 Cooperação institucional - a ESAE é, a nosso ver, uma mais valia da região, não só financeiramente - pelo que diariamente resulta daqueles que nela trabalham e estudam - mas intelectualmente, pelo contributo que pode dar nas suas áreas de especialidade. Por isso, olhar o futuro, é neste caso, estarmos de braços e espírito abertos aos municípios que administrativamente nos acolhem, referindo-me em particular á Câmara Municipal de Elvas e à Câmara Municipal de Portalegre;

 Interacção com a comunidade envolvente - torna-se pertinente alargar o leque de serviços prestados, implementar serviços de consultadoria agrícola e formação à medida, sempre respondendo às solicitações da referida comunidade. Pela sua importância estratégica, pretendemos igualmente neste campo, acompanhar os novos desafios que se perfilam para esta região, nomeadamente com a construção da nova plataforma logística;

 Responsabilidade social - a ESAE quer assumir um papel cada vez maior no acompanhamento, tanto das situações eminentemente de carácter ambiental, como das situações socialmente mais desfavorecidas, que a todos nos dizem respeito

Por último não gostaria deixar de sublinhar, o carinho que este C. Directivo tem pela Actividade Agrícola do país e da região, ou não fossemos uma Escola Superior Agrária, pelo que, para nós, encarar o futuro, passa obrigatoriamente por trabalharmos em conjunto pela dinamização da mesma, que mais do que uma actividade económica, deve ser entendida como uma garante de soberania nacional.

Exmos. Convidados: É pois, assim, com total disponibilidade, empenho e dedicação, que nos propomos, juntamente com a restante comunidade escolar, levar por diante este projecto, em que continuamos a acreditar, da mesma forma que um agricultor o faz no momento em que semeia – os riscos existem, mas o objectivo é a colheita! No nosso caso também a incerteza é grande, mas o nosso dever e obrigação, é tudo fazermos para alcançar o nosso objectivo – formar os nossos alunos, garantindo-lhes um futuro melhor. O futuro olhará para a ESAE.

A todos o meu sincero Bem-hajam.

O Presidente do Conselho Directivo
Prof. Luís Alcino da Conceição
Os Vice – Presidentes
Prof. Noémia Farinha
Prof. Ricardo Braga