quinta-feira, 18 de outubro de 2007

ESAE NOS MEDIA: Primeiro curso de mestrado da ESAE arranca esta quinta-feira com 34 alunos

(in "O DESPERTADOR")
A sessão de abertura do I Curso de Mestrado em Agricultura Sustentável da Escola Superior Agrária de Elvas (ESAE) teve lugar na manhã de sábado, dia 13 de Outubro, nas instalações daquele estabelecimento de ensino superior.


Nesta sessão estava inicialmente prevista a participação do eurodeputado Luís Capoulas Santos, que não esteve presente. Na mesa estiveram Nuno Oliveira, presidente do Instituto Politécnico de Portalegre, Luís Alcino da Conceição, presidente do Conselho Executivo da Escola Superior Agrária de Elvas e Francisco Mondragão Rodrigues, director do mestrado.
A ideia de realizar este mestrado na ESAE, segundo Francisco Mondragão Rodrigues, director do mestrado, aconteceu em 2006, data em que “saiu legislação, publicada em Diário da República, em que passava a ser possível ministrar Mestrados, e portanto, conferir o grau de Mestre, nos Institutos Superiores Politécnicos, que era uma coisa que até ao ano passado, senão me engano em Março do ano passado, era impossível, só as Universidades é que podiam dar o título e o grau de Mestre e portanto, o de Doutor”.
Com esta legislação os “Institutos Superiores Politécnicos já podem conferir o grau de licenciado, e o grau de mestre. Portanto, logo nessa altura a Escola Superior Agrária de Elvas fez uma análise interna, a ver se tinha as condições que eram estipuladas, porque estão estipuladas condições nesse diploma em termos de qualificação do corpo docente, em termos de instalações, laboratoriais, biblioteca, recursos a nível de meios audiovisuais e informáticos, tudo isso e também alguma investigação feita na área e aquilo que concluiu é que, perante os recursos que tinha, humanos e físicos, em termos de infra-estruturas e equipamentos, e perante, no fundo, também aquilo que poderia ser a necessidade da região em termos de formação de pessoas com nível de mestre, a escola entendeu apresentar uma proposta ao Ministério, apresentou-a ainda o ano passado, em 2006, uma proposta para ministrar aqui um Mestrado em Agricultura Sustentável”, acrescentou.
Nessa altura, entendendo que tinham os “requisitos mínimos” para avançar com a ideia e visto que “havia condições legais”, avançaram com o processo, que de acordo com Francisco Mondragão Rodrigues “foi relativamente fácil”.
Neste âmbito, destaca que “internamente foi relativamente fácil, até porque a escola utilizou uma base que tinha em termos de programa e em termos de estrutura de ensino de segundo ciclo, que era o segundo ciclo da licenciatura bi-etápica que tinha antigamente. Portanto, era o quarto e quinto ano da licenciatura em Engenharia Agrária e Desenvolvimento Regional, ramo Agricultura Sustentável. A escola o que fez foi partindo dessa base, obviamente fazendo alterações ao nível das disciplinas, que agora se chamam unidades curriculares. Desapareceram umas, surgiram outras, em termos de matérias leccionadas, de maneira a pô-las a um nível mais acima em termos de qualificação e exigência, ao nível do mestrado. E, no fundo, apresentar o projecto, que é uma peça escrita, que segue umas determinadas regras, que estavam perfeitamente definidas por parte do Ministério. E portanto, isto ao cabo de alguns meses de trabalho interno, em que houve muitas reuniões internas, obviamente lideradas pelo Conselho Cientifico e por uma Comissão nomeada por este órgão, ao fim de algumas reuniões globais e parciais, por áreas departamentais, foi possível fazer esse projecto”, explicou o docente.
Após ter sido enviado para a Direcção Geral do Ensino Superior, “apenas necessitou de muito poucas informações complementares. Portanto, logo à partida nós apercebemo-nos que o projecto ia passar, ia ser aprovado”, adiantou.
O processo decorreu de forma uma forma relativamente simples, “porque tecnicamente estava bem feito, estava bem construído, bem constituído, quer a nível dos créditos ECT’s, como as competências a adquirir pelos mestrandos, os graus académicos do corpo docente. Nós entregámos no princípio de 2006 e antes do final desse ano já havia informações de que, em princípio, iria ser aprovado e em Janeiro de 2007 foi quando veio a informação que estava aprovado”.
Em termos de candidaturas, o processo também “foi relativamente simples, o que nos espantou um bocadinho. Era a primeira edição do mestrado em Agricultura Sustentável, porque era a primeira edição de um mestrado feito totalmente numa escola do Politécnico de Portalegre, portanto, era novidade”.
Este responsável referiu que, “na qualidade de Director do Mestrado, tracei um plano de acção em termos de, dentro daquilo que seria possível divulgar. A minha divulgação foi muito à base de correio electrónico, fui contactando muitas pessoas e veiculando a informação da existência do mestrado, do seu interesse, daquilo que podia trazer, em termos de mais-valia para as pessoas, foi muito um trabalho directo. A única divulgação que foi feita, em termos de imprensa local, foi numa “conferência de imprensa que fizemos para anunciar que ia haver o mestrado, pendo que no mês de Julho e não houve mais nada”, acrescentou.
Francisco Mondragão Rodrigues sublinha que se “não tivesse havido um trabalho por detrás disso, se calhar, não tínhamos tido os candidatos que tivemos. Nós estabelecemos o calendário da candidatura. Primeiro houve uma fase de pré-candidaturas, que decorreu de 15 de Julho a 2 de Setembro, e em que recebemos 40 pré-candidaturas. Isso deu-nos logo uma ideia de que, eventualmente, poderia vir a ter bastantes candidatos depois na fase de candidatura mesmo. Depois a fase de candidatura que decorreu do dia 3 de Setembro até 28 de Setembro e aí tivemos 36 candidaturas, houve 36 pessoas que formalizaram a sua candidatura”.
Os candidatos foram depois divididos em dois blocos, “um bloco de 20 mais um bloco de 16, este último com antigos alunos da escola que fizeram a licenciatura bi-etápica e que o Conselho Cientifico, a título excepcional, entendendo que eles já tinham os conhecimentos e competências que no fundo a parte escolar dizia conferir, dispensou da parte escolar”.
“Não fazia sentido andarem aqui a ouvir pela segunda vez aquilo que já tinham ouvido, têm é que fazer o segundo ano, que é o ano da tese de mestrado. Logo isso também aliciou algumas pessoas, só com um ano de trabalho são mestres e trouxe 16 pessoas por essa via”, esclareceu.
“Os outros 20 que concorriam a 25 vagas também não tiveram problemas em entrar, portanto, todos reuniam as condições mínimas exigíveis para serem admitidos e foram admitidos”, acrescentou.
O curso de mestrado vai assim contar, já a partir desta quinta-feira, com 34 candidatos admitidos, pois “houve dois, que entretanto, acabaram por desistir por razões pessoais. Temos neste momento 34 mestrandos inscritos, 19 vão para o primeiro ano e 15 vão automaticamente para o segundo ano fazer a tese”.
As aulas iniciam-se esta quinta-feira e “até ao mês de Julho passam a ser à quinta, sexta e sábado, todo o dia. São aulas que foram, no fundo, empurradas um bocadinho para o fim-de-semana de maneira a apanhar muitos trabalhadores estudantes, muitos dos alunos têm o estatuto de trabalhador estudante e não vão poder vir a todas as aulas, obviamente que ao sábado não terão problemas em vir, à sexta-feira, eventualmente, da parte da tarde, também não. À sexta-feira de manhã e à quinta-feira será um bocadinho mais complicado e só aqueles que ainda não estiverem empregados é que devemos ter aqui. De qualquer maneira, também não poderia ser um mestrado completamente em horário pós-laboral, como vemos muitos para não interferir muito na actividade profissional dos mestrandos, porque estamos a falar de um mestrado em Agricultura, em que há trabalhos de campo, visitas de estudo, e portanto, tem que ser durante o dia, não pode ser a partir das 18 horas, porque a partir dessa hora está tudo fechado e não há entidades, nem empresas agrícolas, que nos possam acolher. Obrigatoriamente tem de ser em horário laboral, mas mais para o fim da semana”, referiu Francisco Mondragão Rodrigues.
Em termos de próximas iniciativas, o director do mestrado refere que “há trabalhos obviamente que estão a ser feitos, também a níveis de pós-graduações conferentes grau, eventualmente mais outro mestrado. E está-se neste momento, a arrancar, daqui a 15 dias, com a pós- graduação em Gestão Estratégica no Sector Agro Alimentar, em parceria com a ESTG de Portalegre e com a Delta e a própria escola está a trabalhar em mais duas ou três pós-graduações não conferentes grau, para eventualmente, arrancar já em 2008”.
De acordo com o professor a ideia, “basicamente, é não parar e portanto, apresentar ainda mais pós-graduações deste ciclo, umas conferentes grau, que conferem grau de mestre e outras que não conferem grau”. Estas últimas são pós-graduações que, “no fundo são cursos de especialização em áreas específicas muito restritas, mas que pensamos que possam vir a ter muita procura”, adiantou.
O mestrado é o primeiro do Instituto Politécnico de Portalegre “totalmente montado, leccionado por professores da escola e por professores convidados de universidades portuguesas e estrangeiras, em que o título de mestre, o grau de mestre, vai ser conferido num diploma assinado pelo presidente, eventualmente não será este porque se calhar o doutor Nuno Oliveira termina o mandato antes de saírem alguns dos primeiros mestrandos, mas pelo presidente do Instituto Politécnico de Portalegre”.
Assim sendo, este será o “primeiro mestrado 100 por cento Instituto Politécnico de Portalegre, pois há outros mestrados, na ESE e na ESTG, mas são em colaboração com universidades e quem assina o diploma é o reitor da universidade, porque o grau, até agora, só podia ser conferido pelas universidades. Estamos a falar de mestrados em parceria, situação que, eventualmente, também se pode vir a registar aqui no futuro.
A singularidade deste mestrado é que foi o primeiro montado cá e em que o título vai ser conferido pelo Instituto Politécnico de Portalegre, e isso foi feito na Escola Superior Agrária de Elvas, que é a mais pequena do Instituto e a mais nova, estamos a festejar os 11 anos”.
Este curso de Mestrado em Agricultura Sustentável visa a “oferta de estudos pós-graduados nos múltiplos aspectos e vertentes que revestem a sustentabilidade dos sistemas de agricultura mediterrânicos e possibilitam aos alunos adquirir conhecimentos sólidos e variados, reforçando a sua capacidade de reflexão crítica e integrada sobre a problemática da sustentabilidade dos sistemas de agricultura mediterrânicos e soluções preconizadas, estimulando a criatividade para a formulação e análise de novas soluções”.
O ciclo de estudos encontra-se dividido num curso de especialização constituído por um conjunto de seis unidades curriculares obrigatórias (60 ECTS / 1 ano lectivo), nomeadamente Agroecologia, Economia e Gestão dos Recursos Naturais, Conservação do Solo e da Água, Produção Integrada, Auditoria e Controlo Ambiental e Inovação Tecnológica e um estágio/projecto/dissertação (60 ECTS / 1 ano lectivo).

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